Por Professor Scopino - Mecânico de Autos Profissional

Algumas tecnologias, quando muito acionadas, estão provocando um desgaste no freio traseiro maior que o convencional, é uma nova tendência de mercado que devemos estar atentos.

Algumas tecnologias nos veículos atuais, estão curiosamente, mudando a rotina de manutenção em sistemas de freio. Tradicionalmente, desde que me conheço por mecânico, e isso já tem mais de 35 anos, sempre o freio dianteiro do veículo tem um desgaste maior que o traseiro, principalmente por uma lógica física, o peso do veículo, que se desloca em forma de energia para o eixo dianteiro na frenagem, que muitas vezes já tem o conjunto motriz, motor e câmbio, e será necessária uma aplicação da força contrária à de tração, a força de frenagem maior. Em média, temos uma força de frenagem no eixo dianteiro entre 55 a 70%, e por consequência, de 45 a 30% no eixo traseiro.

Freio traseiro gasta mais rápido que o dianteiro. Será uma novidade?

Por isso é natural, vermos sempre em veículos que utilizam sistema disco e pastilhas nas quatro rodas, com discos ventilados e pastilhas grandes no eixo dianteiro, e discos de freios sólidos e pastilhas bem pequenas no eixo traseiro. Também a manutenção normal, é entre 2 a 3 trocas do freio dianteiro, para uma troca do freio traseiro. Mas isso está mudando em alguns carros.

Em carros com sistema ESP ou ESC, conhecidos como programa de estabilidade, temos um controle eletrônico do freio, tração e estabilidade, que em casos de forte inclinação do veículo, ocorre a frenagem de rodas traseiras para “trazer o carro para o solo”, e quando muito acionado, variando do tipo de utilização e principalmente forma de condução muito esportiva, vários casos reais de necessidade de troca do sistema freio traseiro com 30.000 ou 40.000 km, junto com o freio dianteiro. E já tenho casos de troca do freio traseiro primeiro que o freio dianteiro.

Tendência ou mais uma rotina de mercado? O dia a dia vai compor essa resposta!