Cobrar para fazer um orçamento nos serviços automotivos pode ser possível, ou é proibido por lei, ou podemos cobrar por um diagnóstico? Esse é um tema muito polêmico no setor automotivo, mas deixando as regras claras tudo fica mais funcional, independente da região que você esteja no Brasil. Confira a Hipper Dica com o professor Scopino:

A cena é muito comum nas oficinas brasileiras, o cliente chega com seu carro com uma luz de falha acesa, ou defeito no motor de seu veículo, e faz aquela tradicional pergunta: Quanto custa o seu serviço para solucionar o problema de meu carro? Ou, quanto custa passar o aparelhinho (scanner automotivo) para apagar a luz de falhas no painel de meu carro?

Quem do setor automotivo não passou por situações desse tipo? E como estar prevenido para este tipo de situação, onde o cliente não entende nada de carros e acha que uma simples utilização do scanner vai resolver o problema? E olhando para o lado da oficina, quanto de investimento de tempo em treinamentos equipamentos e suas atualizações, para uma simples passagem do aparelhinho sem valorização da mão de obra e da empresa envolvida. Para solucionar este tipo de problema, temos que criar regras e procedimentos, deixando sempre a regra clara.

Orçamento pode ser cobrado?

Não, segundo o Código de Defesa do Consumidor CDC, Art. 40, o fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços. Mas podemos montar o orçamento com base nas reais necessidades de trocas dos componentes e serviços a serem executados, e deixar claro, por escrito, que após a desmontagem serão inspecionados os demais itens e poderá haver alterações nos itens e serviços a serem executados. Também está previsto no CDC: Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.

Mas há casos em que, deixando claro, por escrito e assinado pelo cliente, o orçamento poderá ter um valor fixo de custo para o cliente, pois pode ser necessária uma desmontagem e posterior montagem para a real verificação de todos os itens e serviços envolvidos no contrato. Então há casos em que pode ser cobrado o orçamento, mas sempre por escrito e assinado com a concordância do cliente.

Cobrança por diagnóstico, pode ser cobrado?

Sim, assim como o orçamento, desde que devidamente avisado por escrito e assinado, o diagnóstico pode e deve ser cobrado. O diagnóstico é caracterizado pelos serviços necessários para a identificação das falhas do veículo, muito utilizado para falhas nos motores, nos sistemas eletrônicos de injeção eletrônica, freios antiblocagem ABS e sistemas airbag, como alguns exemplos.

Mas qual a diferença entre cobrar pelo orçamento ou pelo diagnóstico?

O orçamento, no Brasil, é incialmente entendido como gratuito. E isso é cultural. O diagnóstico é necessário para a real inspeção de uma falha, sendo caracterizado como um serviço, portanto desde que avisado e contratado pode ser cobrado. O diagnóstico deve ser utilizado para a verificação de uma falha, onde serão necessárias várias intervenções e testes, muitas horas de trabalho e utilização de várias ferramentas e equipamentos, e a falha pode ser um simples fio rompido, ou um mal contato em algum conector elétrico, ou um simples parafuso solto.

Quando falamos em sistemas de freio estamos falando em segurança na utilização dos veículos, seus passageiros e todos ao seu redor. Quando falamos de boa gestão das empresas vemos que é essencial para o seu correto funcionamento e atendimento das leis e regras vigentes.

Portanto valorize a mão de obra sempre, valorize a gestão das empresas! Essa foi a dica Hipper Freios com o professor Scopino.